Todos admiramos a visão imponente de uma montanha, mas poucos são os que se arriscam a fazer a mirada contrária, do topo para baixo. Subir até o cume não é uma tarefa fácil e, dependendo das condições geográficas e climáticas, pode até ser um risco de vida.
Como os demais esportes radicais, o alpinismo exige preparo físico e experiência para encarar montanhas mais altas. Contudo, com o equipamento e a técnica certas, é possível desfrutar conquistas incríveis!
Como é comum que não se saiba diferenciar montanhismo de alpinismo, ou que não se entenda as peculiaridades geológicas e fisiológicas que envolvem essas aventuras, neste post veremos o assunto com mais detalhes. Confira:
Qual é a diferença de montanhismo e alpinismo?
De certa forma, o montanhismo engloba tudo. Esse esporte consiste em subir montanhas, e o trajeto muitas vezes é feito parte a pé, parte em escalada. A diferença está relacionada a uma dificuldade básica desse tipo de atividade: a altitude.
Até 2.500 m, considera-se como montanhismo. A partir daí, o ar se torna rarefeito o bastante para causar alterações no corpo de quem sobe, deixando sua respiração, movimentação e raciocínio dificultados. Nesse caso, seja bem-vindo ao alpinismo!
Quando se chega a 4000 m, a presença de oxigênio no ar é tão baixa que muitas pessoas passam mal ao realizar tarefas simples, ou mesmo sem fazer nada. É o chamado “mal agudo da montanha”, que pode causar náuseas, dor de cabeça e desmaios.
Para alguns alpinistas mais experientes, é nessa altitude que o esporte realmente começa.
Depois de algumas semanas, o corpo está plenamente adaptado à altitude. Durante uma expedição, entretanto, nem sempre haverá tempo para esperar as condições ideais.
Alpinismo, andismo ou himalaísmo?
O nome alpinismo surgiu devido à conquista do pico do Mont Blanc (4.807 m), na fronteira entre Itália e França, no século XIX. Não foi uma tarefa fácil, levando mais de duas décadas para que fosse bem-sucedida.
A partir daí, contudo, começa um grande alvoroço pela conquista de novos picos — o que perdurou até a década de 1950, quando chegou-se ao topo do Everest, no Himalaia, a 8.848 m de altitude.
A separação entre alpinismo, andismo e himalaísmo ocorre mesmas razões que diferenciam essas práticas do montanhismo tradicional — a altitude e a formação geológica. Entenda:
- nos Alpes, utiliza-se técnicas e equipamentos direcionados a subidas de até 5.000 m;
- nos Andes, é preciso estar preparado para suportar condições de altitudes de até 7.000 m;
- no Himalaia, altitudes acima de 8.000 m exigem cuidados muito específicos — afinal, é uma condição de quase morte!
Para um especialista, a diferença entre esses esportes é clara, e ignorá-las pode ser a diferença entre a vida e a morte. Popularmente, como foi o primeiro a surgir, o alpinismo responde por todos eles.
Onde praticar?
No Brasil existem poucos picos além dos 2.500 metros. O mais alto deles, o Pico da Neblina, no Amazonas, chega a quase 3.000 m — o que não é nada se comparado aos Andes, dos nossos vizinhos.
Bons lugares para começar a prática de subir picos, entretanto, se encontram principalmente no sudeste, como a Pedreira do Gib, o Pico das Agulhas Negras e as formações da Serra do Cipó.
Como começar?
Mesmo que as altitudes brasileiras não sejam tão críticas, é preciso ter preparo físico e equipamento apropriado para subir uma montanha. Além de uma boa pesquisa sobre o trajeto e as condições do local.
Para iniciantes, um guia conhecedor da área é altamente indicado. O equipamento, inevitavelmente, inclui mantimentos, bastão, botas e roupas adequadas. Também pode ser necessário material de acampamento e escalada, dependendo o pico escolhido.
Quando se chega a altitudes realmente extremas, outros equipamentos são essenciais, como reserva de oxigênio e roupas para o frio. Mas, se você chegou nesse caso, já é um montanhista experiente — e um alpinista em ascensão, se me permite o trocadilho!
Enfim, essas são as principais diferenças entre esses dois esportes incríveis. Em comum, eles têm a adrenalina, a exploração da natureza e a sensação de visão do topo do mundo!
Gostou do post? Está interessado em práticas como o montanhismo ou o alpinismo? Então, que tal conhecer alguns dos melhores lugares para praticar esportes radicais do Brasil?