Um espetáculo no céu de Torres e a Treme Terra esteve lá

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Um Festival de balonismo é mesmo um espetáculo de cores no céu. E por qual motivo os que praticam o esporte não precisam usar paraquedas? No Sul do país, nos últimos 30 anos, o Festival Internacional de Balonismo consolidou Torres, no Rio Grande  do Sul, como a Capital Brasileira da modalidade, sendo considerado um dos mais consagrados e tradicionais do País e consequentemente da América Latina.

E a Treme terra esteve presente no Festival, que ocorreu de 27 a 1º de Maio deste ano. Pela primeira vez, o Rinoceronte, símbolo da marca subiu ao céu e sentiu toda emoção que o esporte proporciona.

 

O que é o Festival de balonismo?

O Festival de Balonismo é uma competição de balões com diversas modalidades de provas que reuniu, neste ano, mais de 60 pilotos brasileiros e alguns estrangeiros. Além das provas de precisão, há vários voos festivos e especiais.

E por que quem pratica não usa paraquedas?

A segurança do balão começa pelo material com o qual é feito, passando pela resistência de seus componentes como o envelope, cordame, cesto, maçarico, botijão de gás, que são fabricados para suportar nove vezes a exigência normal, além de se ter um limite de segurança quanto a velocidade dos ventos para poder se decolar um balão. As velocidades são de até 25 km/h, e para balões em formatos especiais o limite do vento é de 15 km/h. Então o vento é um dos principais fatores, quanto a segurança.

Sobre Torres

Torres é um município brasileiro situado no extremo norte do litoral Atlântico do Estado do Rio Grande do Sul. A paisagem da cidade se destaca por ser a única praia do Rio Grande do Sul em que sobressaem paredões rochosos à beira-mar, e por ter à sua frente a única ilha marítima do Estado, a Ilha dos Lobos.

O sítio da cidade foi habitado pelo homem desde milhares de anos, que deixou testemunhos físicos na forma de sambaquis e outros achados arqueológicos. No século XVII, durante a colonização do Brasil pelos portugueses, por estar encravado em um estreitamento da planície costeira sulina, o local passou a se constituir rota de passagem obrigatória para os tropeiros e outros desbravadores e aventureiros luso-brasileiros vindos do norte pelo litoral – a única outra passagem que havia então era por cima do planalto de Vacaria – e que buscavam os rebanhos livres de gado que se multiplicavam no pampa mais ao sul e caçavam os indígenas para fazê-los escravos. Muitos acabaram por se fixar na região e se tornaram estancieiros e pequenos agricultores. E por dispor de morros junto à praia, logo foi reconhecido seu valor estratégico como ponto de observação e controle de passagem, de importância militar e política no processo de expansão do território português sobre o espanhol. Foi fundada ali na última quadra do século XVIII uma fortificação, que entretanto logo foi desmantelada, quando a conquista se efetivou.

 

A construção da Igreja de São Domingos no início do século XIX atraiu para seu entorno muitos dos residentes dispersos na região, estruturando-se desta forma um povoado. Sua evolução ao longo deste século, porém, foi morosa, mesmo tendo recebido levas de imigrantes alemães e italianos, sobrevivendo numa economia basicamente de subsistência.

A expansão econômica, social e urbana só aconteceu a partir do início do século XX, quando em vista de sua bela paisagem, clima ameno e boas praias de banho, o potencial turístico da cidade foi descoberto e passou a ser explorado. Desde então cresceu com mais vigor e celeridade, chegando hoje a se tornar uma das praias mais procuradas do Estado, recebendo no verão um público flutuante mensal de duzentas mil pessoas, muitas delas estrangeiras. Isso contrasta com as dimensões de sua população fixa, que passa dos 37 mil habitantes. Não por isso deixou de desenvolver uma economia consistente e boa infra-estrutura para atender a esta demanda turística, sua fonte principal de renda.

 

Balonismo em Torres

No ano de 1989 surgiu a ideia de trazer alguns balões para a abertura de um outro festival que era realizado no município, o sucesso foi tão grande que, a partir do ano seguinte, surgia o I Festival Sulbrasileiro de Balonismo.

 

O I Festival de Balonismo de Torres contou com a presença de dez balões. O evento, que era inédito no sul do Brasil teve sua primeira edição no mês de Outubro, mas os ventos não foram muito favoráveis e impediram a realização de algumas provas.

 

A segunda edição em 1990, foi transferida para o mês de abril, mês com ótimas condições climáticas para o voo. Com quinze balões e centenas de pessoas prestigiando o evento, e o mês de abril passou a ser o mês oficial do festival até os dias de hoje. Esperado pelos moradores da cidade, que praticamente vivem do turismo.

 

Esta praia tornou-se ao longo destes anos a Capital Brasileira do Balonismo, e recebe cerca de 100 mil pessoas por ano, no Parque de Balonismo, no período de realização do Festival.

Como funcionam as provas no balonismo?

No Balonismo, os pilotos enfrentam uma série de provas que os possibilita demonstrarem todos os conhecimentos.

 

As provas do Festival de Balonismo

Caça à Raposa: Um balão decola em voo livre e, passado cerca de dez minutos, o juiz autoriza a decolagem dos demais, que devem persegui-lo. O balão raposa faz o possível para dificultar a perseguição. Ganha a prova o balonista perseguidor que pousar mais perto deste balão raposa.

Fly In: Os balões decolam fora da área do festival tentando jogar suas marcas o mais próximo possível de um alvo delimitado dentro da área do evento.

Cotovelo: Nesta tarefa, o balonista decola, voa para um alvo, atinge-o com a marca e depois, desviando o rumo, voa para um segundo alvo e joga outra marca. Ganha mais pontos o balonista que, nessa mudança de rumo, fizer um ângulo mais apertado.

Distância Máxima: Cada balonista só pode lançar sua marca após um determinado período de voo. Ganha mais pontos o balonista que lançar sua marca mais distante do local de decolagem. Esta tarefa é feita em dias de ventos fortes.

Distância Mínima: Tarefa normalmente feita em dias de vento fraco. O balonista só pode lançar sua marca após determinado período de voo. Ganha mais pontos aquele que tiver percorrido a menor distância.

Até a Linha: Escolhe-se um local e os balões voam em sua direção. Vence a prova quem fizer o percurso em menos tempo.

Prova do Mastro: Uma das provas disputadas com mais entusiasmo pelos pilotos, tanto pela dificuldade quanto pelos prêmios oferecidos. Nesta prova é colocada a chave de um carro novo dentro de uma sacola, de um tamanho razoável, fixada no alto de um mastro de 6 a 10m de comprimento. Todos os concorrentes decolam de uma distância mínima de 3 km do local onde está o mastro e o objetivo é, sem tocar no solo, apanhar com as mãos a chave do carro.

Nesses  anos de festivais, vários pilotos chegaram ao título, porém apenas Sacha Haim conseguiu ser octacampeão.

Segundo a Federação Aeronáutica Internacional, o balonismo é o esporte aéreo mais seguro do mundo há mais de vinte anos, em função de o balão ser constituído por um material feito com tecnologia espacial aplicada a aeronáutica.

http://blog.tremeterra.com.br/2018/05/06/um-espetaculo-no-ceu-de-torre/
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